A economia circular veio para trazer um novo sentido ao descarte de resíduos industriais no Brasil e no mundo.
Dados da CNI de 2019, revelaram que no país, 76% das empresas já desenvolveram algum tipo de iniciativa de economia circular.
Dentre as práticas realizadas, a otimização de processos vem em primeiro lugar com 56%, onde acontece a redução de desperdícios.
E logo depois, insumos circulares com 37%, em se tratando de reciclagem, logística reversa e valorização de resíduos.
Além de outras iniciativas que aparecem no gráfico como a extensão de vida útil dos produtos, virtualização e compartilhamento, foram alguns pontos levantados na pesquisa.
Isso mostra o quanto as organizações estão mais atentas às questões socioambientais, principalmente com o descarte de resíduos industriais que entra na parte de otimização de processos.
Práticas circulares desenvolvidas
E mesmo sendo pauta recorrente no mercado atualmente, apenas 30% das empresas participantes responderam já ter ouvido falar sobre economia circular antes da pesquisa.
Enquanto que, 70% foram apresentadas ao tema recentemente.
Mas, apesar disso, grande parte das empresas já realizaram alguma prática relacionada ao tema e revelam que 88% dos empresários, avaliam a economia circular como sendo assunto de extrema importância para a indústria brasileira.
Economia circular x Indústria?
Hoje em dia, não existe sucesso de uma sem a outra.
E isso porque, a presença da economia circular na indústria necessita existir, visto que as práticas voltadas à esse método contribuem para não só para o meio ambiente mas também para a geração de empregos nas empresas.
Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, esse é o início para a inserção do Brasil na economia de baixo carbono:
“Para isso, é imprescindível a ação articulada entre iniciativa privada, governo, academia e sociedade no sentido de criar novas formas de produzir e consumir”.
E pensando na importância da economia circular inserida na indústria, a CNI desenvolveu algumas ações voltadas para auxiliar na construção de negócios e circularidade.
Dentre elas, a coordenação da Comissão de Estudo Especial de Economia Circular da ABNT, que vai definir posicionamentos do Brasil para elaboração da Norma Internacional sobre Economia Circular.
E ainda a publicação de uma cartilha orientativa para inclusão de critérios de sustentabilidade nas compras públicas.
Além disso, um acompanhamento das políticas públicas que estimule as boas práticas de economia circular no setor privado e por fim a realização de uma pesquisa Economia Circular na Indústria Brasileira.
E esse é, um levantamento inédito, com abrangência nacional, que traz a percepção dos empresários brasileiros sobre a importância do descarte de resíduos industriais para a indústria nacional.
Desafios e oportunidades
Hoje para a indústria, o grande desafio na implementação da economia circular é que as empresas criem novos modelos de gestão e negócios, aqueles que agreguem valor ao que vão oferecer.
É claro que isso é possível, mas é preciso buscar novos modelos que tenham vida útil no sentido de facilitar a transformação de produtos ou serviços em matéria prima para outros produtos.
Ah e não podemos esquecer claro, de um ciclo contínuo – alô, alô valorização de resíduos!
Ainda temos muitos desafios a percorrer, como um processo de reciclagem mais eficiente, e também de menor custo.
E visto que todo o processo acaba gerando novas tributações, atingindo um valor final relativamente caro do que um novo produto.
E também, criar novas ações com o intuito de evoluir esse processo de reciclagem como sendo algo vantajoso.
Não somente no meio ambiente, mas financeiramente, podendo ser uma excelente solução para esses desafios econômicos de reciclar no país.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que no Brasil, a cada ano, mais de 8 bilhões em materiais vão para aterros e lixões em vez de serem reciclados.
E esse é um cenário que poderia ser totalmente diferente caso a implementação da economia circular fosse adotada.
Isso porque o modelo traz grandes benefícios estratégicos, desde a efetividade na competitividade da economia, à geração de valor na imagem da empresa até a conservação do capital natural do país.
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